Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego resgataram 61 pessoas em situação análoga à escravidão durante fiscalização realizada em uma fazenda de criação de gado em Montes Claros e em uma empresa de extração de quartzo em Bocaiuva, no Norte de Minas Gerais.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, entre os dias 3 e 12 de novembro, foram fiscalizados nove alvos nos municípios de Montes Claros, Buritizeiro, Olhos D’Água, Água Boa, Bocaiúva e Pirapora. A ação, que teve apoio da Polícia Rodoviária Federal, fiscalizou trabalhadores em empresas de produção de carvão, criação de gado, extração de quartzo e terraplanagem.
O Ministério do Trabalho e Emprego informou que as pessoas estavam sem registro e alojado em condições degradantes, em um local ao lado do curral, sem armários para guardar pertences, sem roupas de cama, com tubulação de esgoto exposta sobre o teto, sem energia elétrica e banheiro sem porta.
Na empresa de extração, o Ministério do Trabalho e Emprego informou que o número exato de trabalhadores ainda não foi estabelecido porque alguns fugiram no momento da fiscalização. As atividades foram interditadas, já que as condições de segurança e saúde dos empregados estavam inadequadas, colocando-os em risco.
De acordo com o MTE, a mineração era realizada de forma subterrânea, com poços que tinham de 20 a 60 metros de profundidade e com extensão horizontal de 10 a 20 metros, sendo que a abertura e ampliação dos poços e galerias para extração do quartzo estavam sendo realizadas de acordo com a experiência dos empregados, sem embasamento técnico.
O local foi considerado pela fiscalização como sendo de alta probabilidade de intoxicação ou asfixia pela ausência de sistema de ventilação adequado nas áreas de extração de subsolo.
Conforme o Ministério, os alojamentos eram precários, muitos sem acabamento em alvenaria, camas improvisadas, cozinha dentro dos cômodos, frestas que permitiam entrada de animais e intempéries, alguns sem rede de coleta de esgoto.